Glória Fácil...

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sexta-feira, março 3

a magia da negação

não é só para provar que não direcciono rancores para os alvos errados, mas podia ser. atenção ao fabuloso e justíssimo texto de esther mucznik no público de hoje (link não disponível, a malta não dá um tostão para pagar o ordenado do fernandes).

o texto intitula-se 'monstruosa inocência' e discorre sobre a insuportável tendência que há, perante crimes como o que vitimou gis (que afinal, segundo noticia hoje o dn, terá, de acordo com o resultado da autópsia, sido lançada ainda viva para o buraco cheio de água onde foi encontrada pela polícia) e que são perpretados por jovens 'desvalidos', para, como diz esther, 'desculpar o indesculpável'.

alguns excertos:

'Que golpe de magia nos leva sistematicamente a transformar os carrascos em vítimas, a transfigurar os agressores em agredidos, a desculpar o indesculpável? Que golpe de magia nos leva a desviar a nossa atenção dos alvos do crime, das verdadeiras vítimas, para a centrar nos seus autores, procurando incansavelmente explicações até acabarmos inconscientemente por desculpabilizar os verdadeiros culpados? Esse golpe de magia tem um nome que corrói o nosso mundo: vitimização. (...) No momento do crime o que importa, do ponto de vista ético, é o crime em si e sobretudo o alvo desse crime. Misturar as coisas, concentrando-nos até à exaustão nos 'porquês', acaba normalmente com a absolvição moral dos carrascos. E quando, sob a categoria de vítimas, desaparece a categoria moral de culpados, perde-se a noção da ética e da moral, do bem e do mal. Pior do que isso: banaliza-se o mal. (...) Basta atentar na reacção dos criminosos: nenhum sentimento de culpa, nenhuma ponta de arrependimento. Descontracção, irresponsabilidade, inconsciência. A final não foi tudo 'uma grande asneira', expressão utilizada na RTP por um dos responsáveis das Oficinas de S. José?'
|| f., 19:47

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