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quinta-feira, fevereiro 2

conservadorismo gay ou argumentarismo tolo?

oh, please.

a ideia de que as pessoas que se apaixonam por pessoas do mesmo sexo são necessariamente revolucionárias radicais libertárias de esquerda, ou seja, umas gandas malucas, surge um bocadinho limitada demais para ser defendida por pessoas inteligentes, sobretudo as que propalam os livros em volta.

nunca terão reparado no ror de gente homossexual que pulula na área da direita?

e depois essa da interferência do estado na esfera privada.

pense-se o que se pensar do casamento como instituição, não é aprová-lo que está em causa, mas permitir que cada possa fazer essa escolha, sem que o ESTADO o faça por si (logo, trata-se de uma questão de liberdade, ou de menos estado, certo?).

quando à questão da poligamia, como a do incesto e das idades determinadas para o acesso ao casamento, são questões deveras interessantes. e todas obviamente da mesma natureza -- é aquela velha noção de 'vêm aí os bárbaros', 'ai onde équisto vai parar', sempre proclamada quando se tenta mexer em qualquer coisa relacionada com a sacrossanta 'base moral' da sociedade.

será, por exemplo, que a poligamia, tal como está definida na tradição dos muçulmanos e mórmones (um homem casando com várias mulheres), não levanta por exemplo questões de igualdade dentro do casamento, instituindo o predomínio masculino e portanto sendo contrária ao espírito da constituição? é também uma questão interessante. bóra discuti-la, até porque andam para aí milhares de polígamos aos berros a querer casar?

quanto à proibição do casamento entre mães e filhos, irmãos e quejandos, é claramente outro assunto candente, a merecer amplo debate nacional -- afinal, por que carga de água se considerou a proibição do incesto uma das definições civilizacionais que distingue os humanos dos animais? acho que está na altura de discutir isto, hum? afinal, o que é que os antropólogos sabem disto, e qual é que é o problema da consanguinidade? (pena pena é que o édipo tenha vazado os olhos por tão pouco).

mas o melhor de todos é o argumento da idade estipulada para o casamento -- um argumento extraordinariamente sério, já que é um limite que nem tem mudado nos últimos anos, como se sabe ou não se sabe (no início do séc xx, em portugal, era legal casar crianças de 12 anos do sexo feminino com homens feitos, com a benção da santa madre igreja), e que advém do juízo de autonomia individual e sexual conferido pelo quadro jurídico do país aos cidadãos de acordo com a sua idade. alguém me pode explicar em que é que isso pode prejudicar o princípio da igualdade?

era óptimo que nesta discussão se começasse por respeitat um princípio basilar -- o da seriedade, que não é da constituição mas devia ser constitucional em pessoas que se querem de bem.
|| f., 16:25

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