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sexta-feira, novembro 4

Ainda o aborto

João Miguel Tavares escreve hoje no DN um arrazoado histérico (pardon, mas adoro devolver mimos) sobre o aborto, confundindo o que não devia ser confundido mas, infelizmente é – e sê-lo-à durante todo este ano, na longa pré-campanha para o novo referendo. JMT confunde a complexa decisão de consciência sobre um aborto com a despenalização do aborto a que, aliás, sugestivamente, chama a "liberalização do aborto". A confusão pode ser por ignorância (acontece...) ou má-fé (o que já chateia), embora valha a pena começar a habituarmo-nos. Expurgar o código penal de uma alínea que prevê a condenação a penas de prisão às mulheres que decidem abortar é – para quase todos os países europeus – uma questão básica de direitos humanos. A decisão sobre o recurso ao aborto será, provavelmente, uma das mais complexas com que alguém um dia será confrontado. O que vai ser referendado não é o recurso ao aborto – é a despenalização do recurso ao aborto. Não é um código ético, moral, de consciência – é o Código Penal. Por má-fé ou arrepiante ignorância, a confusão está instalada. Isto vai perverter todo o debate e, a avaliar pela gravura junta, não se espere terrorismo verbal apenas dos movimentos fundamentalistas católicos.
|| asl, 15:58

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