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domingo, abril 3

A morte em "prime time" (III)

Há neste criticismo à actuação dos 'media' em acontecimentos como os da morte do Papa uma forte componente pavloviana, ou seja, resulta de puro automatismo. Como tal, nunca apreende as diferenças, isto é, só analisa caso a caso. É totalmente incapaz de registar as evoluções que deram (por exemplo) nas televisões portuguesas desde o absoluto desastre que foi a cobertura dos acontecimentos de Entre-os-Rios até aos dias de hoje.

Este criticismo - que nunca deixará de existir porque fazer outra coisa implica trabalho - nunca foi capaz de registar, por exemplo, que na cobertura da morte de Feher nunca se viu um plano da cara do jogador e que isso só foi assim porque o realizador de serviço decidiu que fosse assim. Quer dizer: está-se a fazer um caminho - que não acabou nem nunca vai acabar - e um caminho no bom sentido, no sentido da sobriedade.

O criticismo remete portanto para comportamentos pavlovianos.
Os chamados "circos mediáticos" são os ossos que fazem espumar. Basta vê-los para isso acontecer. O osso até pode ser de plástico - isto é, não ser aquilo a estão habituados - mas não faz mal. Espumam à mesma. Por mim, não me admiro. Saberiam os cães do sr. Pavlov que eram os "cães de Pavlov", com tudo o que isso implicava? Não, evidentemente. Toda a gente sabia menos eles. O que a ninguém pode estranhar: são cães, não sabem nada. Uma graça de Deus como outra qualquer.
|| JPH, 13:15

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