Glória Fácil...

...para Ana Sá Lopes (asl), Nuno Simas (ns) e João Pedro Henriques (JPH). Sobre tudo.[Correio para gfacil@gmail.com]

segunda-feira, maio 10

Correspondência "acidental"

São devidos vários comentários ao texto de Vasco Rato intitulado “A glória é fácil mas é efémera” e ainda uma pequena resposta a Rodrigo Moita de Deus. Mas primeiro VR, que a resposta é mais extensa:

1. É o milionésimo blogonauta que brinca com o nome do nosso blogue. Parabéns. Infelizmente esquecemo-nos de comprar um prémio. Não leve a mal;
2. Vejo que domina a literatura "neocon". Bem me parecia. Mas está no bom caminho ao defender a demissão do Rumsfeld. Sinto-me premiado nos meus esforços;
3. VR diz que eu não posso garantir que as coisas vão correr mal no Iraque. Ele acha que vão correr bem. Muito bem. O "achismo" é recíproco. Pergunta: qual é o prazo, então, que damos à realidade para ela nos dizer qual de nós está errado? Um ano, uma década, um século? Há meses que faço esta pergunta e ninguém me responde. Duas coisas lhe garanto: desejo ardentemente que tudo corra pelo melhor; se isso acontecer, serei o primeiro a assumir que errei. Mas, seja em que circunstância for, continuarei, sempre, a opor-me a guerras preventivas, como esta é. Abrem um precedente gravíssimo e legitimam até actos militares de ditaduras contra democracias.
4. Se o objectivo era somente democratizar (e não foi isso que nos disseram quando a invasão começou) então porque não começaram pela Coreia do Norte? Variante desta pergunta: se o problema é a democracia, então para quando a invasão da Arábia Saudita, da Síria, do Kuwait, etc, etc, etc? É essa a estratégia? Começaram por ali porquê?? Ah, já sei: a gasolina era mais barata!
5. VR pergunta e responde: "Quem é intelectualmente responsável pelo gulag de Estaline, as atrocidades de Trotski, ou os genocídios de Mao e Pol Pot? Não sou eu nem os "bushistas." Olhe, eu também não, que nunca andei nessas militâncias.
6. Qual a "crítica substantitva" aos "neocons"? Simples: dão substrato intelectual e até "moral" a uma operação que só visa alimentar a voracidade dos complexo industrial-militar dos EUA e ajudar a resolver uns problemas petrolíferos.
7. Mais uma pergunta que VR me dirige: “Se critica a estratégia ‘neocon’ de transformar o Médio Oriente, qual é a sua alternativa? A menos que “ache” também que tudo está - ou estava - óptimo na região.” Resposta: É pura perda de tempo estar a comentar situações que já pertencem ao passado. Ou quer discutir também o que deveria ter feito o Xá do Irão para evitar a ascensão do fundamentalismo? Ou o que deveria ter sido feito para evitar a escalada “talliban” no Afeganistão? Ou a sequência que Bush-pai deveria ter dado (e não deu) à 1ª guerra do Golfo? Não vale a pena. A situação é aquela que é. Defendo algo muito claro: será criminoso que os EUA fugam do Iraque e deixem as pontas todas soltas, mesmo que isso custe muito eleitoralmente ao sr. Bush.
8. Quanto a Rodrigo Moita de Deus, fiquei com a ideia (a partir do "ps") de que, apesar dos seus esclarecimentos, concorda comigo quando eu digo que não se pode invocar a caução moral e histórica de Churchill para legitimar esta guerra. Interpretei bem?
|| JPH, 12:32

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